A equipe do CRAS Cezar de Souza, em parceria com a equipe do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos do Instituto Maria Mãe do Divino Amor, que atende crianças e adolescentes do Botujuru e Vila São Paulo, promoveu nesta semana o 1º Encontro Intergeracional entre adolescentes e pessoas idosas frequentadoras dos dois serviços. A reunião contou com cerca de 30 pessoas, entre idosos e adolescentes.
O projeto foi elaborado e executado pela psicóloga Tatiane Martins Gomes e pelas assistentes sociais Claudia de Cássia Rosa e Vanessa Aparecida Alves Correa, do CRAS Cezar de Souza, juntamente com a psicóloga Regimeire Campos, do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos do Instituto Maria Mãe do Divino Amor.
A ação é o desfecho de um trabalho que foi desenvolvido ao longo do primeiro semestre de 2022, quando foram feitos encontros com os dois públicos para tratar do tema. A equipe do CRAS abordou o tema adolescência e juventude com o grupo de idosos, enquanto a equipe do Serviço de Convivência abordou o tema envelhecimento com os adolescentes.
Durante essa fase do projeto, os idosos foram estimulados a falar sobre suas percepções sobre a juventude e a interação pessoas jovens, bem como a relembrar suas próprias juventudes e refletir sobre as diferenças entre os jovens de hoje e os de antigamente. Já com o grupo de adolescentes, foi investigada a percepção que têm sobre o processo de envelhecimento e sua relação com as pessoas idosas com quem convivem. O material resultante dessa primeira etapa foi colocado a mostra durante o Encontro Intergeracional.
O objetivo do projeto é proporcionar troca de experiências e vivências afetivas, facilitando a aproximação entre os públicos, gerando relacionamento interpessoal e também estimulando a criação de redes de apoio comunitário, o que contribui diretamente para a prevenção de ocorrência de situações de violações de direitos.
As equipes técnicas que prestam serviços de proteção social básica nas comunidades esperam também que o projeto melhore a percepção que os adolescentes e os idosos têm sobre si e sobre o outro, facilitando a desconstrução de estereótipos e preconceitos que possam prejudicar as relações sociais e formação de vínculos entre pessoas de gerações diferentes.
A expectativa é que a experiência propiciada pelo encontro repercuta nas relações pessoais cotidianas, tanto no ambiente doméstico e familiar, como no âmbito social e comunitário, com impacto no comportamento e diminuição de conflitos que tenham como causa as diferenças de valores e distanciamento entre gerações.
As profissionais responsáveis pelo projeto avaliam que os objetivos foram alcançados e até superados, conforme puderam perceber a partir dos relatos e retorno dos participantes. “Ao longo do trabalho com os adolescentes no primeiro semestre pude perceber que em sua grande maioria os jovens têm uma percepção positiva e respeitosa sobre os idosos com quem convivem, o que foi uma surpresa”, relata a psicóloga Regimeire, do SCFV.
Já a assistente social Cláudia, do CRAS Cesar de Souza, que trabalhou com o grupo de idosos no primeiro semestre do ano, observou que “para os idosos, falar sobre adolescência e juventude despertou lembranças sofridas sobre trabalho infantil, casamento e criação de filhos em idade precoce para as mulheres, o que era comum antigamente, e eles percebem que hoje existe mais esforço da sociedade para proteção das crianças, o que não acontecia na época em que eles eram jovens”.
A secretária municipal de Assistência Social, Celeste Gomes, prestigiou o encontro e destacou a importância de conectar públicos de diferentes idades e serviços, para gerar empatia e também desconstruir preconceitos e estereótipos. “Esse tipo de projeto é fundamental para que haja integração e possa ser criada uma rede de apoio entre os públicos de diferentes idades”.