Em perfil de uma rede social, Sheila Mantovanni se diz de direita e conservadora. Vídeo compartilhado nas redes sociais mostra a professora na Praça dos Três Poderes durante atos terroristas que ocorreram no domingo. MOGI DAS CRUZES – SP – Professora Sheila Mantovanni aparece em lista de bolsonaristas presos no DF
Uma professora de Mogi das Cruzes foi presa após participar de atos terroristas na Praça dos Três Poderes em Brasília, no domingo (8). O nome de Sheila Mantovanni, de 46 anos, aparece na lista de prisões divulgada pelo Sistema Penitenciário do Distrito Federal.
Em uma rede social, a professora e se diz de direita e conservadora. A lista em que o nome dela aparece foi divulgada após decisão judicial proferida Vara de Execuções Penais do Distrito Federal. Até esta quarta-feira (11), o documento reunia mais de 700 nomes de pessoas detidas durante a invasão terrorista.
As prisões ocorreram depois que as sedes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário foram invadidas e depredadas. Entre os presos, também estão participantes do acampamento golpista que foi desmontado no Quartel-General do Exército em Brasília.
Professora em Brasília
Em um vídeo compartilhado nas redes sociais, Mantovanni aparece na Praça dos Três Poderes vestida de verde e amarelo e ressalta a quantidade de pessoas presentes no local no domingo. “Tamo chegando já, tamo chegando. É muita gente. E oh, não tem fim, não tem fim. E ainda tem gente lá no quartel, ainda tem gente no quartel. Vamo buscar agora o nosso poder”.
No vídeo, a professora ainda pede que as Forças Armadas tomem o poder. “Pessoal, estamos aqui pacífico. Brasília, casa do povo é nossa. Me aguarde que eu vou voltar insuportável. Forças Armadas vão tomar o nosso poder. Chega de corrupção, chega, chega, chega. Agora é a nossa vez”.
Em nota, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo informou que respeita a democracia e repudia os atos de vandalismo que ocorreram em Brasília. A pasta ainda disse que uma apuração sobre as ações da docente será aberta, sendo que a conclusão do processo poderá resultar na extinção do contrato.
A professora e os outros presos foram encaminhados para o Centro de Detenção Provisória II, na Papuda. Os crimes de Mantovanni não foram detalhados. O g1 não conseguiu localizar a defesa da moradora de Mogi.
Prejuízos e danos
Durante o ataque às sedes dos Três Poderes e à democracia, os terroristas quebraram vidraças e móveis, vandalizaram obras de arte e objetos históricos, invadiram gabinetes de autoridades, rasgaram documentos e roubaram armas.
O prejuízo ao patrimônio público é calculado em ao menos R$ 3 milhões apenas na Câmara dos Deputados, que junto com o Senado Federal compõe o Congresso Nacional.
Após os ataques, o g1 identificou alguns dos golpistas que apareciam em imagens viralizadas nos ataques. Na maior parte dos casos, as pessoas envolvidas nos atos terroristas gravaram a ação e publicaram em suas próprias redes sociais.
Intervenção na Segurança Pública do DF
Após os atos terroristas de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o presidente Lula (PT) determinou intervenção federal na Segurança Pública do Distrito Federal até 31 de janeiro. Até então, a pasta era comandada por Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, exonerado ainda no domingo. A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão de Torres. Na terça-feira (11), o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou a prisão de Torres.
Na madrugada de segunda-feira (9), o ministro determinou o afastamento do governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB). O político admitiu falhas na segurança da sede dos Três Poderes, mas Ibaneis não se considerou o único culpado pela invasão e depredação cometidas pelos terroristas.
Segundo a Seape, 1.028 detidos já ingressaram no sistema prisional do DF, até a manhã desta quarta. Do total, 637 homens foram levados ao Centro de Detenção Provisória 2, no Complexo da Papuda. Outras 391 mulheres foram encaminhadas à Penitenciária Feminina do DF.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública divulgou um e-mail para receber denúncias e informações sobre os terroristas que praticaram os atos de vandalismo. As informações podem ser encaminhadas para denuncia@mj.gov.br.