Nesta terça-feira (6), foi realizada a abertura do ano legislativo na Câmara de Mogi das Cruzes e, como de costume, a sessão ordinária foi interrompida para receber a visita do prefeito, Caio Cunha.
Em seu discurso inicial, Caio Cunha lembrou que, há três anos, logo após sua primeira visita à Câmara como prefeito, foi apresentado um pedido de cassação de seu mandato. Segundo ele, foram seis pedidos de cassação em um ano. “As vezes se glamoriza muito essa figura, esse cargo, e as pessoas talvez não tenham noção da entrega que é de cada um de nós, o que é estar à frente de uma Prefeitura. É uma tarefa árdua, principalmente quando a gente quer fazer o que precisa ser feito. Eu costumo dizer, geralmente, que as pessoas sabem o que elas querem mas não sabem o que precisam”, disse ele.
Segundo o prefeito, sua gestão tem sido baseada na responsabilidade. Ele lembrou que seu mandato teve início enquanto a pandemia de Covid-19 ainda não havia terminado. “A saúde financeira da nossa cidade estava bem complicada e nós tivemos a responsabilidade de assumir um compromisso de campanha onde a gente se comprometeu a não dar aumento real no IPTU durante todo o mandato. E assim o fizemos”, afirmou ele, acrescentando que foi possível aumentar a receita da cidade sem elevar impostos.
Caio Cunha citou, ainda, o avanço e conclusão de obras – inclusive iniciadas pela gestão anterior, como é o caso do Ginásio Tuta – como exemplos de responsabilidade com o dinheiro público. “Eu fui crítico ao local onde o Ginásio foi construído. Mas nós pegamos ele já com 47% já de construção e é óbvio que eu vou terminar uma obra. Não iria derrubar esse prédio ou deixar ele parado”, disse.
Após sua explanação inicial, o prefeito de Mogi das Cruzes respondeu a questionamentos e apontamentos feitos pelos vereadores. Confira a seguir alguns trechos de suas respostas:
- Dengue: “O maior número de casos em Mogi está acontecendo no Nova União. Toda nossa equipe está imersa ali, se dedicando, tanto na questão de lançar o veneno específico contra o mosquito quanto também de informação. Ainda nesta semana começa uma campanha sobre os cuidados”.
- Santa Casa: “Ontem nós tivemos uma reunião longa, de três horas, com o pessoal da Santa Casa, a pedido deles. E nós acertamos a renovação [do convênio do Pronto-Socorro] antecipada, obviamente que com ajuste inflacionário, somente por um ano. Essa situação, por ora, está resolvida”.
- Maternidade: “Só vou abrir a Maternidade se o convênio que hoje está na Santa Casa for para o prédio da Maternidade de Braz Cubas. Não tem sentido eu gastar R$ 5 milhões para abrir mais 500 vagas sem ter demanda”
- Assédio moral: “Saiu em matéria que eu tenho 30 ou 40 denúncias de assédio moral na Prefeitura de Mogi das Cruzes. Até hoje eu não tive acesso a essas denúncias. Existem, nos dois mandatos anteriores, somados, 24 condenações de assédio moral e no meu, agora, duas”
- Indenizações a empresas de transporte: “Não tem um centavo de dinheiro público. Esses R$ 42 milhões de onde vem? O Mogi Passes, que intermedia o passe entre as duas empresas, tem um saldo acumulado de muitos anos de restos de cada builhetagem. Esse valor não corresponde à Prefeitura e nem à empresa. As empresas ganharam na justiça esse reajuste de preço. A gente fez um acordo para pagar essa dívida”
- Enchentes: “Vai continuar tendo enquanto muita coisa ainda não for feita em Mogi das Cruzes. A gente fez um trabalho de desassoreamento de limpeza de todos esses córregos. O que acontece agora é que o Rio Tietê ainda não foi dessassoreado. A lâmina dele de água está alta e todos esses rios desembocam lá. Ele tendo uma lâmina alta, a água não tem vazão. É isso o que acontece, fora a necessidade de construção de novos piscinões”
- Pedágio: “Nós derrubamos o edital passado e estamos trabalhando para derrubar esse. Agora é uma questão de estratégia. Não adianta ir para a rua e só gritar porque não é ano eleitoral, o governador não vai entender isso. É na Justiça. Já fizemos duas ações e tem mais algumas para entrar. É uma questão de tempo”
- Obras na Avenida dos Bancos: “Nós descobrimos um saldo existente da Avenida das Orquídeas. E quando um financiamento tem um resíduo você é obrigado a devolver esse valor para a Caixa Econômica Federal. A gente encontrou um jeito que justifique o uso destes recursos, com obras nos principais corredores de ônibus. Em ano eleitoral, todos sabemos que devemos fugir de desgaste, mas eu tinha que optar: ou eu escolho fazer essa obra ou devolvo os R$ 23 milhões”
- Coleta de lixo: “Nós tivemos dois contratos emergenciais, por conta de um posicionamento nosso a favor da cidade. Mogi das Cruzes era para ter assinado, antes de eu assumir, uma PPP (Parceira Público Privada), que possibilitaria a instalação de três lixões em Mogi, no bairro do Taboão. O projeto não foi assinado e nem ajustado, então nós tivemos que entrar no segundo contrato emergencial, também por conta da questão da Taxa de Custeio Ambiental. Eu não sabia se teria a taxa ou não. A Câmara optou por não, então, sem mais tempo, a gente teve que fazer um segundo emergencial”.