O farmacêutico Rodrigo Hilário trabalha com saúde pública há 13 anos, sendo que em 2012 passou a integrar o quadro de servidores da Prefeitura de Suzano. Durante sua carreira, percebeu o crescimento do uso irracional de remédios por parte da população. Essa automedicação é até um expediente comumente conhecido, mas para ele acabou se tornando uma dissertação de mestrado, que foi defendida em junho passado.
O profissional começou a pensar no porquê desse tipo de situação após passar por vários postos de saúde. “Rodei várias unidades ao longo dos anos e ficou fácil perceber o uso irracional de medicamentos, pois a busca do caminho mais rápido e prático leva as pessoas a aportarem em ações medicamentosas, e pouco em ações de promoção e prevenção de saúde”. Tal cenário levou Hilário a se perguntar: qual a efetividade das ações de uso de remédios na saúde pública?
A questão rendeu um trabalho mais elaborado que, segundo o farmacêutico, tentou abarcar algumas situações. “A proposta foi avaliar a efetividade das ações de uso racional de medicamentos na saúde pública, permeando em três frentes comunicantes: os impactos da automedicação e medicalização da sociedade; como a assistência farmacêutica poderia promover qualidade na segurança do paciente; e o dimensionamento de recursos humanos em farmácias ambulatoriais públicas”.
Nos estudos que se seguiram, Hilário chegou a algumas conclusões para melhorar a utilização dos remédios. “Existe uma necessidade de uma regulamentação para a questão de política farmacêutica, com o uso racional do medicamento. Além disso, precisa haver uma efetividade dessa utilização, com o acompanhamento por profissionais qualificados”, finalizou.
A dissertação do farmacêutico foi publicada na Revista Científica Multidisciplinar (Recima21 – ISSN 2675-6218) em julho deste ano e também deve ganhar destaque no 2º Congresso Brasileiro de Ciências Farmacêuticas, que ocorrerá em novembro, na cidade de Foz do Iguaçu (PR).