De acordo com o Ministério da Saúde, a obesidade, um dos principais fatores de risco para doenças como diabetes tipo 2, hipertensão, acidente vascular cerebral (AVC) e várias formas de câncer, segue em crescimento no país. Um em cada três brasileiros (31%) vive com a condição, e essa porcentagem tende a crescer até 2030: 33,4% dos homens e 46,2% das mulheres conviverão com essa comorbidade. Os dados são do Atlas Mundial da Obesidade 2025, da Federação Mundial da Obesidade, lançado no começo deste mês.
Pela definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), obesidade é uma doença crônica, progressiva, recidivante e uma epidemia global. Ela é caracterizada pelo excesso de gordura corporal, em quantidade que determina prejuízos à saúde. Uma pessoa é considerada obesa quando seu Índice de Massa Corporal (IMC) é maior ou igual a 30. O IMC entre 25 e 29,9 indica sobrepeso. Esse valor é calculado dividindo o peso pela altura elevada ao quadrado.
Pessoas que vivem com essa condição carecem de apoio e enfrentam dificuldades físicas, sociais e psicológicas, pois parte da sociedade ainda não a encara pelo que de fato é, uma doença. Entretanto, há tratamento: a perda de peso de forma saudável exige uma mudança de comportamento, com dieta equilibrada, atividade física regular e acompanhamento médico.
Mudança de vida
“Eu queria operar, porque achava que não havia outro jeito. Também não desejava emagrecer por meio de remédios, e sim com algo mais definitivo. Foi aí que descobri outro caminho”, lembra o corretor de imóveis, Eduardo Cezar.
A solução encontrada foi o Grupo de Apoio à Pessoa Obesa (Gapo), uma linha de cuidados da Hapvida voltada para pacientes com obesidade grave – também conhecida como mórbida ou grau 3 (IMC acima de 35). “O grupo busca a saúde do paciente de forma integral e mostra a ele um caminho de mudança de estilo de vida. O resultado é muito positivo: só na cidade de São Paulo, 34,2% dos pacientes que participaram do grupo conseguiram emagrecer sem passar por cirurgia”, explica Ricardo Bezerra Walraven, diretor médico nacional do Qualivida da Hapvida.
O objetivo da linha de cuidados é, durante dois anos, proporcionar caminhos para o emagrecimento dos pacientes de forma saudável, evitando a necessidade de intervenção cirúrgica.
Segundo uma pesquisa da Universidade King’s College London, do Reino Unido, a chance de uma pessoa voltar ao peso normal, dentro de um ano, depois de estar obeso, é menor que 1%. Participante do Gapo desde o final de 2023, Eduardo já conseguiu eliminar cerca de 22kg.
Para esse resultado, os integrantes do Gapo têm acesso a terapia, palestras de acolhimento e atendimento multidisciplinar, com equipe composta por psicólogos, nutricionistas, endocrinologistas e clínico geral. “Além disso, os pacientes passam por um processo de navegação, que é o acompanhamento por um enfermeiro navegador, que vai auxiliá-lo na marcação de consultas e exames”, explica Walraven.
Hoje, o programa atende mais de 36 mil pacientes na Região Metropolitana de São Paulo, Mogi das Cruzes, São Bernardo do Campo, Sorocaba, Jundiaí, Americana, Campinas, Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS), Curitiba (PR) e Belo Horizonte (MG).
“Ter esse acompanhamento especial ajudou muito, pois a cada consulta com avaliação dos exames, os profissionais dão novas orientações e um norte do que precisa ser feito para continuar nesse caminho”, diz Cezar, que, além de ganhar mais saúde, realizou o sonho de poder voltar a jogar futebol com os amigos.