Mais de 4.270 rondas, dez prisões e 225 recebimentos de medidas protetivas concedidas pela Justiça para monitorar mulheres vítimas de violência em Suzano. Estes são os dados da Patrulha Maria da Penha da Guarda Civil Municipal (GCM) na cidade entre os meses de janeiro e julho deste ano. Além deste balanço, a patrulha monitora, atualmente, 173 mulheres.
Os números mostram o trabalho que é realizado pelos agentes em benefício da segurança das mulheres que moram em Suzano e o resultado de toda essa dedicação é que nenhuma moradora assistida pela guarnição foi vítima de feminicídio. A última ação que precisou da interferência da Patrulha Maria da Penha em casos mais agudos, em que o ex-companheiro atentou contra a vida da vítima, ocorreu em 5 de abril deste ano. Na ocasião, os guardas agiram de forma rápida para impedir o feminicídio após receber denúncia de que o agressor havia entrado na casa da mulher, entretanto acabou contido pelos GCMs. Ele foi preso e levado para a Delegacia de Polícia Central, porém, nesta ação, a vítima não tinha medida protetiva e, mesmo assim, a patrulha agiu rápido e evitou um crime maior.
Ações ligeiras e certeiras como esta ocorrem graças ao fortalecimento da guarnição, tanto em pessoal quanto equipamentos, e cursos de capacitação para os agentes que compõem a Patrulha Maria da Penha suzanense. Tal é o reconhecimento do trabalho que GCMs de outras cidades, inclusive de fora do Estado e São Paulo, buscam se inspirar no modelo de sucesso conquistado em Suzano.
“Já estive na Bahia para realizar uma palestra aos guardas civis de sete cidade e apresentar nosso modelo à força policial destes municípios, e foi uma experiência muito prazerosa em saber que nosso trabalho é reconhecido em outros estados e serve de modelos para eles também”, destacou a comandante da GCM de Suzano, e ex-comandante da Patrulha Maria da Penha, Rosemary Caxito. O bom trabalho feito pela guarnição também foi reconhecido por Guarulhos, segunda maior cidade da região metropolitana, atrás apenas de São Paulo, que buscou exemplo da GCM de Suzano.
Discrição do aplicativo
Entre os reforços na parte estrutural e operacional para que a Patrulha Maria da Penha pudesse atuar com rapidez está o aplicativo “Está acontecendo”. Por meio desta ferramenta instalada no celular, as vítimas podem acionar uma viatura de qualquer lugar. O aplicativo mostra a localização exata além de enviar denúncias por ameaça e assédio. “É um meio de chamar a atenção da patrulha sem chamar atenção do agressor, o que garante discrição para a mulher que estiver correndo perigo de vida inclusive”, afirmou a comandante. Por meio do “Está acontecendo”, já foram realizadas quatro prisões de ex-companheiro que desrespeitaram as medidas protetivas, sendo duas no mês passado, uma em maio e outra em abril.
A presidente do Fundo Social de Solidariedade, a primeira-dama Larissa Ashiuchi, reconhece o trabalho feito por esta parte da GCM e aponta que Suzano não pode abrir mão de uma patrulha especializada como esta. “Já faz parte da nossa Guarda Civil Municipal ter a Patrulha Maria da Penha em nossa força de segurança. Vale lembrar que esta guarnição é composta por mulheres e homens que recebem treinamento para oferecer um trabalho de qualidade e respeito às nossas moradoras, mas são as agentes femininas que fazem o contato direto com a vítima”.
Para o prefeito Rodrigo Ashiuchi, ter um serviço voltado à proteção das mulheres é motivo de orgulho para o município. “Nosso maior desejo é que não haja violência, porém devemos estar preparados e ter uma Patrulha Maria da Penha que é referência para outras cidade. Para nós, é motivo de orgulho. Espero que outros municípios brasileiros possam ter uma experiência tão exitosa quanto a que temos em Suzano”, concluiu o chefe do Executivo suzanense.
Além do aplicativo, as mulheres vítimas de violência por parte do companheiro ou de qualquer outro membro de seu convívio podem acionar a guarnição por meio do telefone 4745-2150 ou pela Central de Atendimento à Mulher.
Crédito das fotos: Mauricio Sordilli/Secop Suzano, Wanderley Costa/Secop Suzano e Andreza Rodrigues/Secop Suzano